A inteligência artificial fiscal é a grande aliada das empresas frente à evolução digital da fiscalização. Com máquinas capazes de reproduzir o raciocínio humano, é possível processar um grande volume de dados e fazer alterações minuciosas na área tributária.

Em tempos de ChatGPT, as empresas precisam acompanhar as tendências e entender do que a IA é capaz para otimizar a gestão fiscal. Do contrário, podem se tornar menos competitivas e perder tempo e dinheiro.

Entenda, a seguir, como a inteligência artificial fiscal pode revolucionar processos na sua empresa e tornar sua gestão tributária mais eficiente.

O que é inteligência artificial fiscal?

A inteligência artificial fiscal é a aplicação da capacidade de raciocínio das máquinas à área tributária. Conceituando melhor, a IA é um campo da ciência da computação focado em criar sistemas que conseguem pensar e aprender, reproduzindo a inteligência humana.

Os robôs e algoritmos criados por meio da IA são capazes de processar um grande volume de dados (Big Data) e identificar padrões, o que é feito por meio de métodos diversos, como machine learning e deep learning.

Além disso, muitos chatbots utilizam a tecnologia de Processamento de Linguagem Natural (NLP) para processar a linguagem humana na forma de dados ou voz. Dessa forma, as máquinas se tornam capazes de interpretar o que dizemos e solicitamos, inclusive no sentido figurado.

Logo, a inteligência artificial fiscal nada mais é do que esse novo campo tecnológico sendo aplicado às demandas da gestão tributária, trabalhista e previdenciária.  

👉 Saiba mais: Como a tecnologia revoluciona a apuração tributária e fiscal nas empresas

Por que aplicar a inteligência artificial na área fiscal?

A inteligência artificial fiscal é capaz de automatizar tarefas repetitivas e minuciosas que tomam muito tempo de profissionais da área tributária. Além disso, o uso dessa tecnologia reduz o risco de erros, previne autuações e agiliza revisões fiscais que podem gerar créditos e beneficiar empresas.

Para você ter uma ideia, a cada dia útil, são editadas 829 normas sobre impostos no país, sendo que cada uma delas tem, em média, 3 mil palavras. Esse volume de informação leva muito tempo para ser analisado por um ser humano, mas a inteligência artificial é capaz de processar o mesmo conteúdo instantaneamente. 

Outro ponto é que as empresas brasileiras chegam a gastar 43.994 horas por ano com sua gestão tributária, de acordo com dados da pesquisa Tax do Amanhã 2023, feita pela Deloitte. Esse tempo pode ser consideravelmente reduzido com o uso da IA, que pode varrer inúmeros gigabytes de dados e executar alterações em questão de segundos.

O que é possível fazer com a inteligência artificial fiscal?

Confira algumas possibilidades que a inteligência artificial fiscal traz para as empresas.

Revisão fiscal

Uma das principais aplicações da inteligência artificial fiscal é a revisão e identificação de erros em apurações contábeis e tributárias. Afinal, grande parte das divergências que geram notificações e multas para as empresas vêm desses equívocos.

Apuração de impostos

Com a IA, o departamento fiscal consegue aplicar múltiplas alíquotas e apurar impostos de forma mais eficiente. Basta que o profissional informe qual o valor de uma venda, de uma compra ou de uma folha salarial, deixando que a inteligência artificial se encarregue do restante do processo.

Em milésimos de segundos, o algoritmo calcula qual é o imposto devido e quando e como será pago. Inclusive, existem tecnologias que podem até debitar o valor da conta bancária da empresa.

Prevenção de autuações

O uso da IA pode salvar uma empresa de autuações tributárias e processos de fiscalização decorrentes de divergências. Os softwares que operam com essa tecnologia fazem o cruzamento de dados e de informações legais para mitigar os riscos de questionamentos pelas autoridades fiscais.

Recuperação de créditos

A IA é muito útil na recuperação de créditos tributários e previdenciários. São utilizados robôs para escanear declarações nos mínimos detalhes e identificar possíveis divergências que indiquem valores pagos a maior ou indevidamente.

Assim, é possível recuperar bilhões de reais que vão parar nos cofres públicos injustamente sem precisar contratar um serviço complexo de auditoria.

Automatização de contencioso tributário

A IA também tem aplicação na automatização de petições relacionadas ao contencioso tributário. Dessa forma, a tecnologia agiliza o trabalho de advogados e o prosseguimento de ações contra o Fisco.

Da mesma maneira, os algoritmos também podem ser utilizados para compilar dados de soluções de consulta e decisões judiciais, de modo a construir uma argumentação sólida nos processos. 

Planejamento tributário

A IA, além de fazer todos os cruzamentos que vimos até aqui, também é capaz de sugerir determinadas alterações para promover a redução da carga tributária. Desse modo, as empresas conseguem colocar em prática a elisão fiscal para reduzir ou postergar impostos sem violar a legislação. 

Equiparar o contribuinte ao Fisco

Os órgãos fiscais têm avançado cada vez mais com ferramentas de inteligência artificial fiscal que podem identificar irregularidades e autuar contribuintes em massa. Logo, nada mais justo que as empresas tenham acesso ao mesmo nível de tecnologia para defender seus direitos e garantir a conformidade fiscal sem arrecadar mais do que o necessário.

👉 Saiba mais: Mudanças na tecnologia fiscal: como se preparar para o Fisco 3.0?

O ChatGPT pode ser usado na área fiscal?

ChatGPT é um chatbot online de inteligência artificial desenvolvido pela OpenAI, lançado em novembro de 2022. Rapidamente, ele se tornou o robô de conversação mais famoso da internet, com suas respostas rápidas e completas para qualquer pergunta.

Em apenas cinco dias de lançamento, o ChatGPT alcançou 1 milhão de usuários, e o Brasil é o quinto país com mais acessos. Dessa forma, a IA passou a ser usada para escrever textos de marketing, resumir artigos, propor roteiros de viagem, resolver problemas matemáticos e tirar qualquer dúvida de usuários.

Mas será que o ChatGPT pode ser usado na área fiscal? O presidente e co-fundador da OpenAI,  Greg Brockman,  fez um teste para elucidar essa questão.

Ele solicitou ao ChatGPT que avaliasse um código tributário de 16 páginas para ajudar o representante a solucionar dúvidas relativas ao assunto, o que foi concluído com sucesso.  No entanto, Brockman alertou que o sistema não substitui um consultor fiscal certificado e que suas informações não são totalmente confiáveis.

Na opinião de tributaristas, o ChatGPT só pode ser usado para fazer consultas de conceitos gerais da legislação tributária que não são atualizados com frequência, como os princípios do direito tributário, as regras constitucionais e as normas gerais de ICMS.

Entretanto, o chatbot não foi capaz de oferecer informações corretas para uma consulta mais específica. Quando questionada sobre a substituição tributária da água em Santa Catarina, por exemplo, a ferramenta respondeu com base apenas na legislação federal, ignorando a legislação estadual.

Portanto, é muito arriscado fazer análises tributárias e tomar decisões com base em consultas do ChatGPT, embora ele possa ser utilizado como ferramenta de apoio em alguns casos mais generalistas.

Aproveite o poder da inteligência artificial fiscal com a Agnes

Agora que você conhece o poder da inteligência artificial fiscal, que tal aplicar essa tecnologia no seu negócio? A Agnes oferece um monitor automatizado que rastreia dados em larga escala, aumentando a produtividade e garantindo o compliance da folha de pagamento e SST.  

Para isso, utilizamos o Agnes Prev Sync, uma solução de monitoramento de folha capaz de analisar os dados e informações mais relevantes para o Departamento Pessoal da sua empresa, colaborando para você encontrar oportunidades de compensação e recuperação de crédito.

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